Iniciando a construção de um mapa temático -Parte IV- Dados georeferenciados

Você deve estar se perguntando...mas e as coordenadas? Onde vou usar as coordenadas?

Calma, calma, vamos por partes.

A primeira coisa que teremos que fazer é padronizar a forma que capturamos as coordenadas, o que pode parecer fácil se temos apenas um GPS e é você que captura as coordenadas. Mas o que é quase impossível quando é usado por várias pessoas em locais diferentes e com objetivos diferentes ou até com habilidades diferentes.

Antes de tudo vamos fazer uma breve explicação do que são as coordenadas, breve mesmo e bem simplista. Caso queriam algo mais "complexo" favor consultar por exemplo o http://www.dpi.inpe.br/.

As coordenadas de um objeto

Na terra só podemos localizar um objeto como uma cidade, um rio ou uma montanha quando se pode descrevêlo em relação a outro objeto cuja posição seja previamente conhecida ou quando se determina sua localização em relação a um certo sistema de coordenadas.

• Datum é uma referência e cada região:

No Brasil temos o datum de referência: Córrego Alegre, SAD-69, o WGS86 foi bem usado durante um tempo, mas a tendência atual é usar o SIRGAS 2000, que é o usado pelo IBGE. O importante é conhecer as qualidades e limitações de cada um e tentar que todos suas coordenadas tenham sido "tiradas" na mesma referência.

• Projeção cartograficas é o modo que referenciamos em relação a terra:

O Sistema de coordenadas geográficas tem valores expressos em graus, minutos e segundos de latitude e longitude, que correspondem a linhas imaginárias paralelas ao Equador e que unem os polos, respectivamente.

Usamos o S e W aqui no Brasil por que estamos ao sul do Equador ( marco zero das paralelas) e ao leste do Greenwich( marco zero dos meridianos).

A interseção de uma parealela com uma meridional é o que medimos com GPS usando um datum para referencia.

O Sistena UTM é baseado em coordenadas métricas definidas para cada uma das 60 zonas UTM, múltiplas de 6 graus de longitude, cujos eixos cartesianos de origem são o Equador, para coordenadas N (norte) e o meridiano central de cada zona, para coordenadas E (leste), devendo ainda ser indicada a zona UTM da projeção pois senão teremos pontos repetidos .

O TerraView poderá usar o que você escolher como parâmetro, o padrão que trabalhamos para capturar a informação no campo é o sistema de coordenadas geográficas, mas o programa que gera o SIG não entende o formato 22° 54' 21.64"S 47° 03' 38.06"W, então para que ele entenda temos que transforma-lo para graus decimais.

O Sistema de Graus decimais , cada grau é dividido em frações decimais. A latitude recebe a abreviatura lat e a longitude, long. Há valores positivos e negativos. Os valores positivos são para o Norte (latitude) e o Leste (longitude) . Os valores negativos são para o Sul (latitude) e o Oeste (longitude). Exemplo:lat -22.906014° lon -47.060571°.

Tudo vai depender do que você dispõe. Se o que tem são pontos georeferenciados em UTM, poderá usá-los ou transformá-los em graus decimais, como eu faço. Já o datum pode permanecer o mesmo. Se você tem pontos tomados em diferentes datuns, terá que escolher o que prevalece no estudo e saber que haverá imperfeições que podem ser pequenas ou não.

Para transformar as projeções entre si podemos tomar vários caminhos.

Quando são poucos dados diferentes dentro de minha tabela costumo usar o site para trablhar com UTM, Graus minutos e segundos e graus decimais (é só prestar atenção no padrão de formatação que é usado no site):

http://splink.cria.org.br/conversor

Quando temos todas as coordenadas em graus minutos e segundos e queremos transformá-las em graus decimais podemos fazer uma planilha de excel apenas para isso. É muito chato quando temos muitos dados, mas pode ser mais rápido do que utilizar alguns programas ou links.

É somar assim: =( grau+(minuto/60)+(segundos/3600))*-1

A multiplicação por menos é devido ao fato de estarmos ao sul e a oeste.

Referência da imagem: Anais 1º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Campo Grande, Brasil, 11-15 novembro 2006,

Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p.959-968.